segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

PRIMEIRO MANIFESTO INTERNACIONAL CONTRA O COMUNISMO


Graça Salgueiro | 31 Outubro 2009
Todos conhecemos os campos de concentração do III Reich alemão mas, ao contrário, os lugares do horror comunista na URSS ou na China são quase desconhecidos.Pouco a pouco se vai quebrando essa impunidade intelectual.

Notalatina - O Notalatina apresenta hoje uma importantíssima petição, uma decisão talvez inédita no mundo, que pede a condenação do comunismo por crimes de lesa-humanidade. Ela foi elaborada em Praga, por importantes pessoas que sofreram na carne a brutalidade criminosa deste regime e está encabeçada pelo ex-presidente da República Tcheca, Václav Ravel. O documento é todo tão bem elaborado e com indicações de links tão importantes, que resolvi traduzi-lo por inteiro.
Já há algum tempo o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, vem mostrando seu absoluto rechaço a tudo o que significou para o seu país o domínio soviético, então, derrubou monumentos, trocou nomes de ruas, praças e edificações, e em seu lugar colocou o de mártires ou ilustres escritores.
Agora este movimento contra o comunismo chega ao Parlamento Europeu com bastante representatividade. É salutar, portanto, que também apoiemos esta decisão. Eu assinei, porém ainda somos poucos - meu número foi o 4.130 - e é importante que se chegue aos milhares, para mostrar ao mundo que ninguém agüenta mais esta ideologia assassina que só trouxe miséria, destruição e mortes brutais por onde passou. Acredito que uma petição desta envergadura não pode circunscrever-se aos países do Leste Europeu mas a todos aqueles que se solidarizam com suas vítimas, que condenam com veemência este genocídio e que também não desejam ver em seus países mais sangue inocente derramado por criminosos psicopatas desta estirpe. Lembrem-se de Cuba e a Venezuela aqui do nosso lado, pois nós também corremos este risco, como todos sabem.
Fiquem com Deus e até a próxima!
Tradução e comentários: G. Salgueiro

A Declaração de Praga condena o comunismo por crimes contra a humanidade:
O nacional-socialismo alemão converteu-se na cara exclusiva do Mal no mundo. As embaixadas da Alemanha e de Israel, assim como o imprensa, protestaram porque um museu de cera na Tailândia usou como anúncio uma reprodução de Adolf Hitler. Ninguém, entretanto, teria protestado se a imagem em questão fosse de Joseph Stalin. Inclusive é habitual cruzar-se com gente que leva orgulhosa em sua camiseta a cara de um certo terrorista denominado Che Guevara. A Declaração de Praga quer acabar com essa impunidade do comunismo.
Onde há governo ou onde tratou de fazê-lo, o comunismo cometeu genocídios e matanças sem conta, como a morte por fome de ao menos sete milhões de ucranianos ou a matança de Paracuellos del Jarama. A soma de mortos pelos criadores do Homem Novo supera os cem milhões de seres humanos. Todos conhecemos os campos de concentração do III Reich alemão
mas, ao contrário, os lugares do horror comunista na URSS ou na China são quase desconhecidos.
Pouco a pouco se vai quebrando essa impunidade intelectual. Em abril passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução na qual se propunha a adoção do dia 23 de agosto como o dia do pacto entre Hitler e Stalin, pelo qual ambos os ditadores repartiam o Leste Europeu, como o Dia da Lembrança das Vítimas dos Totalitarismos.
Em Praga, cidade que sofreu os totalitarismos nazista e comunista, surgiu o projeto da Declaração de Praga. Nela se exorta autoridades e cidadãos europeus a criar o Instituto da Memória e Consciência da Europa que informe e investigue o comunismo e o nazismo, e um museu pan-europeu das vítimas de todos os regimes totalitários. Como afirmam seus criadores, não haverá uma Europa unida se não for capaz de antes unificar sua história e reconhecer o comunismo e o nazismo como movimentos responsáveis por genocídios.
Convidamos nossos leitores a ler a Declaração de Praga e a assiná-la. Aqui há a parte essencial de seu conteúdo:

DECLARAÇÃO DE PRAGA
Tendo em conta o futuro digno e democrata de nossa comum pátria européia,
- Considerando que as sociedades que esquecem seu passado carecem de futuro;
- Considerando que a Europa não se unirá a menos que seja capaz de unificar sua história, de reconhecer o comunismo e o nacional-socialismo como um legado comum e de conseguir um debate sincero e profundo sobre todos os crimes totalitários do século passado;
- Considerando que a ideologia comunista é diretamente responsável por crimes contra a humanidade;
- Considerando que a má consciência que se deriva do passado comunista é uma pesada carga para o futuro da Europa e para nossos filhos;
- Considerando que diferentes valorações do passado comunista ainda podem dividir a Europa em Ocidente e Oriente;
- Considerando que a unidade européia foi uma resposta direta às guerras e à violência causada pelos sistemas totalitários no continente;
- Considerando que a consciência dos crimes de lesa-humanidade cometidos pelos regimes comunistas em todo o continente deve informar a todas as mentes européias, na mesma medida que os crimes do regime nacional-socialista;
- Considerando que existem similitudes entre o nacional-socialismo e o comunismo no que se refere a seus caráter horrível e espantoso, e a seus crimes contra a humanidade;
- Considerando que os crimes do comunismo ainda necessitam ser avaliados e julgados desde os pontos de vista jurídico, moral e político, assim como do ponto de vista histórico;
- Considerando que tais crimes foram justificados em nome da teoria da luta de classes e do princípio da ditadura do proletariado, que utilizam o terror como método para preservar o poder dos Governos que o aplicaram;
- Considerando que a ideologia comunista foi utilizada como uma ferramenta em mãos de imperialistas na Europa e na Ásia para alcançar seus planos expansionistas;
- Considerando que muitos dos autores que cometem e cometeram crimes em nome do comunismo ainda não foram levados ante a justiça, e suas vítimas ainda não foram indenizadas nem satisfeitas;
- Considerando que o objetivo de proporcionar informação completa sobre o passado totalitário comunista, que conduza a uma compreensão mais profunda e ao debate é uma condição necessária para a futura integração de todas as nações européias;
- Considerando que a reconciliação definitiva de todos os povos europeus não é possível sem um esforço potente para estabelecer a verdade e para restaurar a memória;
- Considerando que o passado comunista da Europa deve ser tratado a fundo, tanto na academia como ao público em geral, e as gerações futuras devem ter fácil acesso à informação sobre o comunismo;
- Considerando que em diferentes partes do mundo só uns poucos regimes totalitários comunistas sobrevivem, porém que, todavia, oprimem aproximadamente a um quinto da população mundial, e ainda se aferram ao poder cometendo delitos e impondo um alto custo para o bem-estar de seus povos;
- Considerando que em muitos países, apesar de que os partidos comunistas já não estão no poder, não se distanciaram publicamente dos crimes dos regimes comunistas nem os condenaram;
- Considerando que Praga é um dos lugares que sofreu tanto com o nazismo quanto com o comunismo,
Estando convencidos de que os milhões de vítimas do comunismo e suas famílias têm direito a desfrutar da justiça, da solidariedade, da compreensão e do reconhecimento de seus sofrimentos da mesma forma que as vítimas do nazismo foram moral e politicamente reconhecidos,
Nós, os participantes da Conferência de Praga Consciência européia e o comunismo,
- Ante a Resolução do Parlamento Europeu sobre o sexagésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 8 de maio de 1945, de 12 de maio de 2005,
- Ante a Resolução 1.481 da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa, de 26 de janeiro de 2006,
- Ante as resoluções sobre os crimes comunistas adotadas por vários Parlamentos nacionais,
- Ante a experiência da Comissão pela Verdade e a Reconciliação na África do Sul,
- Ante a experiência dos Institutos da Memória e os Memoriais na Polônia, Alemanha, Eslováquia, República Checa, Estados Unidos, o Instituto para a Investigação de Crimes Comunistas na Romênia, os museus da ocupação da Lituânia, Letônia e Estônia, assim como a Casa do Terror na Hungria,
- Ante as presidências atuais e futuras na UE e no Conselho da Europa.
- Ante o fato de que 2009 é o vigésimo aniversário da queda do comunismo na Europa Central e Oriental, assim como dos assassinatos em massa na Romênia e no massacre da Praça de Tianamen em Pekin,

Pedimos:
1. Chegar a um entendimento entre todos os europeus de que os regimes totalitários nazista e comunista devem ser julgados por seus próprios méritos terríveis, por ser destrutivo em suas políticas de maneira sistemática na aplicação das formas extremas de terror, da supressão de todos os direitos civis e das liberdades humanas, começando pelas guerras de agressão e, como uma parte inseparável de suas ideologias, o extermínio e a deportação de nações inteiras e grupos de população, e que como tais devem ser considerados os principais desastres que frustraram o século 20,
2. O reconhecimento de que muitos crimes cometidos em nome do comunismo devem ser qualificados como crimes de lesa-humanidade, de modo que constituam uma advertência para as gerações futuras da mesma maneira que os crimes nazistas foram julgados pelo Tribunal de Nüremberg,
3. A formulação de um enfoque comum a respeito dos crimes dos regimes totalitários, incluídos os regimes comunistas, e uma versão européia dos crimes comunistas, a fim de definir claramente uma atitude comum frente aos crimes dos regimes comunistas,
4. A introdução de uma legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo,
5. A garantia do princípio de igualdade de tratamento e não-discriminação entre as vítimas de todos os regimes totalitários,
6. A pressão européia e internacional para a condenação efetiva dos crimes do passado comunista e da luta eficaz contra os crimes comunistas em curso,
7. O reconhecimento do comunismo como parte integrante e horrível da história comum da Europa,
8. A aceitação por toda a Europa da responsabilidade pelos crimes cometidos pelo comunismo,
9. O estabelecimento de 23 de agosto, dia da assinatura do pacto Hitler-Stalin, conhecido como o Pacto Molotov-Ribbentrop, como um dia de lembrança das vítimas dos regimes totalitários nazista e comunista, do mesmo modo que a Europa recorda as vítimas do Holocausto em 27 de janeiro,
10. A reclamação aos Parlamentos nacionais para que reconheçam os crimes comunistas como crimes contra a humanidade, e modifiquem a legislação pertinente,
11. O debate público sobre o mal uso comercial e político dos símbolos comunistas,
12. A continuação das audiências da Comissão Européia com respeito às vítimas dos regimes totalitários, com vistas à elaboração de uma comunicação da Comissão,
13. O estabelecimento de comitês compostos por experts independentes nos Estados europeus que foram governados por regimes comunistas totalitários, com a tarefa de recolher informação sobre violações dos direitos humanos sob cada regime comunista totalitário em nível nacional, com o fim de colaborar estreitamente com o Conselho de Comitê de experts da Europa,
14. A elaboração de um claro marco jurídico internacional em relação a um acesso livre e irrestrito aos arquivos que contêm informação sobre os crimes do comunismo,
15. A fundação de um Instituto Europeu da Memória e da Consciência, que teria duas funções:
A) a de um instituto europeu dedicado à investigação dos estudos do totalitarismo, o desenvolvimento de projetos científicos e educacionais e o apoio à criação de redes de institutos de investigação nacionais especializados no tema da experiência totalitária,
B) e a de um museu memorial de âmbito europeu das vítimas de todos os regimes totalitários, com o objetivo de recordar as vítimas destes regimes e de dar a conhecer os crimes cometidos por eles,
16. A organização de uma conferência internacional sobre os crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários, com a participação de representantes de governos, parlamentares, acadêmicos, experts e associações, cujos resultados devem ser difundidos no mundo inteiro,
17. O ajuste e a revisão de livros de texto de história européia, para que as crianças possam aprender e ser advertidas sobre o comunismo e seus crimes, da mesma forma que se lhes ensinou a compreender os crimes nazistas,
18. A abertura de um amplo e profundo debate em toda a Europa sobre a história européia e a herança comunista,
19. A comemoração conjunta do 20º aniversário no próximo ano da queda do Muro de Berlim, do massacre da Praça Tianamen e da matança na Romênia.
Nós, os participantes da Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, nos dirigimos a todos os povos da Europa, a todas as instituições políticas européias, inclusive os Governos e os Parlamentos nacionais, o Parlamento Europeu, a Comissão Européia, o Conselho da Europa e outros órgãos internacionais pertinentes, e os exortamos a abraçar as idéias e as propostas enunciadas nesta Declaração de Praga, e a convertê-las em medidas práticas e políticas.

Fonte: Mídia sem Máscara - http://www.midiasemmascara.org

Fiz minha parte: já assinei. ASSINE AQUI

sábado, 26 de dezembro de 2009

FÉ x PÓS-MODERNIDADE

Esse texto é o resumo de uma aula, ministrada por mim, na Igreja Presbiteriana Independente Central de Brasília, em 2004 e na Igreja Presbiteriana do Grajaú, em 2009. 
Fé X Pós-modernidade
A Era da Modernidade e o Iluminismo:
O século XVIII é também chamado de século das luzes. A origem de todo esse movimento de nome iluminismo começou na França. Esse termo iluminismo está relacionado com esclarecimento, porque para os iluministas, os homens da Idade Média viviam nas “trevas da ignorância”. Além disso, eles consideravam o homem como o produto do meio no qual vive, da sociedade e da educação.
Na era anterior, a educação estava sob o controle da igreja. Isto não era bem visto pelos novos pensadores, os iluministas, pois para eles a igreja tornava a sociedade ignorante, fanática e submissa.
Aquele século mudou a maneira de pensar. O objetivo desses filósofos era a busca da felicidade. Eles eram contra a injustiça, intolerância religiosa e a concentração de privilégios nas mãos de poucos.
Para os iluministas a razão era importante para os estudos dos fenômenos naturais e sociais. De certa forma, eles eram Deístas, ou seja, acreditavam em Deus. Entretanto essa divindade agiria indiretamente nos homens, através das leis naturais – nada mais que isso. Assim, não tardou que o Iluminismo provocasse impacto dentro da Igreja, especialmente na área de estudos bíblicos e da interpretação das Escrituras. Teólogos, influenciados pelo humanismo racionalista do Iluminismo, adotaram diversas posturas em sua interpretação, dentre as quais:
1. Rejeição do sobrenatural e da revelação; e
2. Leitura da Bíblia controlada pela razão.

Surgimento das filosofias pós-modernistas:
A segunda metade do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias de comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições.
De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos conceitos sobre o Homem e seus aspectos, constituídas no século XV e consolidadas no século XVIII. A Modernidade surgida nesse período é criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na Verdade, alcançável pela Razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses conceitos, são propostos novos valores, menos fechados e dogmáticos que serviriam de base para o período que se tenta anunciar - no pensamento, na ciência e na tecnologia - de superação da Modernidade. Seria, então, o primeiro período histórico a já nascer batizado: a pós-modernidade.
Este fenômeno cultural e social tornou-se notável, após a queda do Muro de Berlin, em 1989 e com o insucesso dos modelos econômicos, dos organismos internacionais e da ciência em resolver os problemas mais agudos do planeta. A seguir, veremos os aspectos que mais influenciam o cotidiano e a Igreja de Cristo.

Principais aspectos da pós-modernidade:
1. Tolerância - complacência para com as ações de outros quanto à política, sexo, religião, raça, gênero, valores morais e atitudes pessoais, a ponto de nunca se externar sua própria opinião de forma a contradizer o ponto de vista dos outros. É aqui que entra o conceito de “politicamente correto”. Significa aquilo que é aceitável como correto na sociedade onde se vive.
A tolerância pode afetar a interpretação da Bíblia levando as pessoas a interpretá-la a partir do conceito de “politicamente correto”. Evita-se qualquer leitura, interpretação ou posicionamento que venha a ser ofensivo à sociedade ou comunidade a que se ministra. Por exemplo, textos que anunciam o pecado da homossexualidade. (1Sm 2: 27-29)

2. Inclusivismo - resultado do multiculturalismo do mundo pós-moderno. Significa repartir o poder com as minorias anteriormente oprimidas pelas estruturas de poder, como negros, gays, mulheres e
raças minoritárias, excluindo qualquer juízo de valor em termos morais, religiosos e de justiça. Em algumas denominações históricas, verifica-se a liberdade de ordenação de ministros gays. (1Rs 11:3-5)

3. Relativismo - rejeita o conceito defendido pela modernidade de que existam verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e depende do contexto social e cultural em que as pessoas vivem. Cada um percebe a verdade de sua própria forma. Não há “verdade”, mas sim “verdades” que não se contradizem, mas se complementam. Isso inclui verdades religiosas. Conceitos como “Deus” são totalmente relativos. A única “inverdade” que existe é alguém insistir em que existe verdade fixa e absoluta! Essa característica vai de encontro com a Verdade que reside em Cristo e em sua Palavra. O relativismo acaba por minar a credibilidade em qualquer forma de interpretação que se proponha como a correta, além de individualizar a verdade. Cada pessoa tem sua verdade e ninguém pode alegar que a sua é superior à dos outros. Portanto, ninguém pode ter a pretensão de converter outros à sua fé. (Jo 14:6)

4. Pluralismo - defende o relacionamento de pessoas com ideologias diferentes, sem que uma tenha de sujeitar suas convicções ao domínio da outra. O pluralismo religioso, por sua vez, prega o abandono da “arrogância” teológica do cristianismo, nega que exista verdade religiosa absoluta, e exalta a experiência religiosa individual como critério último para cada um.
O pluralismo religioso defende uma nova teoria missiológica, onde não mais se prega a necessidade de conversão de outras religiões ao cristianismo, e sim a cooperação entre todas as religiões, naquilo que têm em comum. O pressuposto é que o cristianismo não é o único caminho para Deus, embora seja o melhor, e que Deus está agindo salvadoramente no âmbito de outras religiões, como as religiões orientais. (2Co 6:14)

5. Pragmatismo: Hedonismo e Imediatismo – as idéias humanas eram verdadeiras se funcionassem ou fossem úteis para resolver problemas (imediatismo). As pessoas passam a orientar as suas decisões em função daquilo que mais satisfaz as suas necessidades ou lhes dá prazer (hedonismo). Religião dos resultados. Os crentes passam a ser clientes da igreja e consumidores das bênçãos do sagrado. (1Pe 3:15)

A Igreja na onda da pós-modernidade:
Assistimos na igreja da pós-modernidade desânimo, cansaço e perplexidade, haja vista a influência das filosofias atuais no seu seio e o “esquecimento” da verdadeira razão de nossa fé. Algumas causas:
1. o cristianismo fundamentalista com seus cronogramas apocalípticos falidos e sua teologia deturpada e irracional;
2. o cristianismo social com sua Teologia da Libertação derrubada com o Muro de Berlin; e
3. o cristianismo neo-pentecostal e sua Teologia da Prosperidade com crescimento itinerante.

Conclusão:
A pós-modernidade apresenta à Igreja problemas e oportunidades imensas. Para superar os problemas e aproveitar as oportunidades, precisamos do discernimento do Espírito e da compaixão de Cristo. Por isso, o primeiro desafio da Igreja na pós-modernidade é ser fiel à Palavra que deve ser pregada e ensinada mesmo que seja politicamente incorreta. Nossa postura deve ser sim, biblicamente correta.
Para tal a igreja deve ser sensível ao mundo, aos seus problemas e necessidades. Não devemos nos fechar numa casca, mas nos abrir ao mundo. É ter a Bíblia numa mão e o jornal na outra.
Como povo de sacerdotes de Deus, discernindo a vontade de Deus e sendo solidários com os pecadores, atuaremos no mundo como testemunhas de Jesus Cristo, pregando com a Palavra e com o testemunho de nossas vidas, para a honra de nosso Deus.

Soli Deo Gloria
Nelson Calmon

Heresias de "A CABANA"


Alguns meses atrás, uma irmã, membro de uma igreja presbiteriana, aconselhou-me a ler o livro "A Cabana" do escritor canadense William Paul Young. Antes de começar a ler, verifiquei alguma resenhas do livro, li e ouvi várias referências elogiosas à obra, incluindo a de diversos pastores de nossa denominação. No entanto, cheguei a ler algumas resenhas contrárias ao livro, confrontando o que está escrito em suas páginas com o que está escrito nas Palavra de Deus.
Desisiti de ler o livro por inteiro e fui nas páginas onde se concentram as heresias mais marcantes. Li e concordei com os autores das críticas, dos quais destaco o post abaixo, de autoria do irmão Leonardo Galdino, do Recife-PE. 
Leiam e tirem suas próprias conclusões, mas sempre com a mente voltada para as Escrituras e debaixo da iluminação do Espírito Santo:
Heresias escondidas dentro de uma cabana.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Igreja Evangélica é Legitimadora da Corrupção - HENRIQUE MORAES ZILLER

Transcrevo este artigo do irmão Henrique M. Ziller, não só porque concordo com ele na íntegra, mas também para que mais evangélicos possam ler e entender a situação na qual a igreja brasileira está inserida.

Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de todos nós.

Nelson Calmon


A afirmação que se faz no título desse artigo fundamenta-se em cinco percepções acerca da presença da Igreja Evangélica na nação brasileira, relativamente a sua atuação.

Em primeiro lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque não a denuncia. Não concebe que deva encarnar a função profética, relega ao segundo plano as questões sócio-políticas, e não se manifesta sobre aquela que é a maior manifestação do mal nas terras brasileiras: a corrupção. Não há denúncia.

Em segundo lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque sua ação social substitui a ação do Estado, não denuncia a situação e não exige que o Poder Público desempenhe suas obrigações. Se por um breve momento a Igreja Evangélica Brasileira deixasse de realizar suas ações de assistência social, o País se tornaria um caos, imediatamente. A distribuição da renda, consubstanciada na distribuição de cestas básicas e demais ações similares, a recuperação e inserção social, consubstanciadas nos trabalhos das inúmeras casas de recuperação, a promoção do ensino, por intermédio de milhares de escolas confessionais, o cuidado com a criança, realizado por creches e pela própria Escola Dominical, tudo isso, são funções do Estado negligente que não as realiza. Na medida em que a Igreja Evangélica faz tudo isso – e jamais deve deixar de fazer – sem a devida e obrigatória participação do Estado, e não denuncia a gravidade do fato, está sendo cúmplice de governantes e parlamentares criminosos, que utilizam em benefício próprio os recursos que deveriam ser destinados a essas atividades.

Em terceiro lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque se associa ao Poder Público sem a crítica adequada. Seus líderes sobem nos palanques políticos, impõem as mãos sobre as cabeças de gente cujo pensamento está voltado apenas para seus próprios interesses e para o crime, dá e recebe condecorações de e para gente sem a menor credencial ética para isso, cede os púlpitos a bandidos, enfim, associa-se a gente que deveria estar presa, mas que usufrui da liberdade que o seu poder lhes permite adquirir. Aqueles que deveriam ser alvo de denúncia e profetismo por parte da Igreja são seus grandes amigos e aliados.

Em quarto lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque não desenvolve ações consistentes de combate à corrupção. E nem poderia ser diferente, visto que ela nem mesmo a denuncia. Enfrentar esse mal é obrigação, mas nada faz a respeito.

Em quinto lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque a pratica desavergonhadamente.

À denúncia acima pronunciada segue-se, necessariamente, a proposta de ação.

1. Para denunciar a corrupção nos púlpitos, e perante a nação, obrigação inadiável da Igreja Evangélica Brasileira, é necessário colocar ordem dentro de casa: transparência das contas. Igrejas precisam publicar seus balancetes e prestar contas do que fazem com os dinheiros de seus membros, se quiserem ter credibilidade e autoridade para profetizar contra o mau uso dos recursos pelo Poder Público. Os líderes de igreja não podem submeter-se apenas à prestação de contas – inevitável e certa – diante de Deus. Precisam entender o momento em que o País se encontra e dar o exemplo. Transparência, eis a exigência.

2. A Igreja não pode deixar de fazer ação social, mas tem que cobrar a ação do Governo, o emprego das verbas públicas nos programas sociais e as ações que promovam a distribuição de renda. Precisa-se, antes de mais nada, de informações acerca de todo o esforço que a Igreja Evangélica Brasileira está fazendo para amenizar a situação de dificuldade em que vive grande parte da nação. O Governo tem que conhecer a enorme dimensão dessas ações, e seu alcance. Trabalho que dá credibilidade para cobrar do Governo que faça a sua parte, em particular impedindo que o dinheiro público seja desviado para atender a interesses privados. A Igreja não pode substituir a ação do Estado, como ocorre hoje; esse esforço tem que ser complementar. O Estado tem a obrigação de zelar por seus cidadãos, a Igreja, de amar o próximo. O trabalho da Igreja não exime o Estado de sua responsabilidade. No entanto, a última coisa que se deve pleitear é a parceria na qual as igrejas recebam mais verbas públicas para a realização de ações de cunho social. Há generosidade e recursos suficientes para contribuir com as obras das Igrejas. Não se rejeitam parcerias com o Poder Público, mas elas só podem se estabelecer fundamentadas em sólidos sistemas de controle e transparência. Em parceria com o Poder Público, a Igreja tem demonstrado que é engolida pelo mesmo mal que assola
a Nação.

3. Não há outra possibilidade, nesse momento, senão o rompimento radical com as práticas que a Igreja Evangélica Brasileira tem adotado em relação aos seus representantes no Poder Executivo e no Poder Legislativo. Se eles querem ir às igrejas, ou se mesmo já são membros, que se assentem nos bancos e ouçam, em silêncio. Se quiserem conversar com esse povo sobre política, que se marquem reuniões específicas para isso, e que nunca se tratem tais assuntos em cultos. Não se pode mais chamá-los aos púlpitos e impor sobre eles as mãos, manipulando a compreensão dos membros. Se querem oração que recebam-na nos gabinetes, pois o Deus que ouve em secreto em secreto os responderá. Pastores não devem receber condecorações das mãos de criminosos travestidos de prefeitos e parlamentares, há que se ter o mínimo de decência e discernimento.

4. A Igreja precisa adentrar o espaço público aberto a ela e a toda a comunidade. Participar dos Conselhos Municipais de Políticas Públicas criados por lei para exercer o controle das ações públicas em áreas como a educação, a saúde e a assistência social, entre outras. Pastores devem incentivar seus membros a participar, promover treinamento para eles, e facilitar-lhes o acesso a estas instâncias de participação política. Fazendo isso,  a Igreja estará garantindo a merenda escolar para seus próprios filhos – e demais crianças de suas cidades, o salário adequado para os professores, os recursos para as entidades de assistência social, os programas de enfrentamento de moléstias, o dinheiro para a farmácia básica, entre tantas outras possibilidades. A legislação brasileira tem criado esses conselhos, dos quais devem fazer parte representantes da sociedade civil organizada. Espaço absolutamente adequado para a ação consistente da entidade que mais faz ação social nesse País, a Igreja Evangélica Brasileira.

5. Quanto à participação na corrupção desenfreada nesse País, já conhecida há tanto tempo, e vergonhosamente evidenciada, por exemplo, na CPMI dos Sanguessugas, é necessário, em arrependimento e quebrantamento, pedir perdão. Pedir perdão a Deus e à Nação, pois esperava-se muito mais da Igreja Evangélica
Brasileira.

Sobre ela pesa duro juízo, por suas ações, por sua acomodação, por sua omissão cúmplice. Pois, ao invés de destruir as obras do diabo, tornou-se participe delas.

* Henrique Moraes Ziller é  membro da Igreja Metodista da Asa Sul, em Brasília – DF, é Audito Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União e Presidente do Instituto de Fiscalização e o controle.